domingo, 4 de janeiro de 2015

Filmes do Ano 2014

Uma lição de vida, 2010.

Antes tarde que mais tarde, apresento-lhes a retrospectiva de filmes 2014 que eu assisti no cinema (muitos deles já concorreram ao Oscar). A idéia era reproduzir o que fiz em 2013 e fazer uma ilustração para cada filme que assisti, mas acabei não fazendo. Quem sabe se torna meta para 2015?
Estou feliz porque fui mais ao cinema em 2014 (até menos do que gostaria) e espero manter o mesmo ritmo em 2015 (se conseguir prolongar a carteirinha de estudante...). Sem mais delongas (em ordem que foram assistidos):

1.  Vovô Sem Vergonha (-----) : É uma porcaria, não acredito que assisti. Achei que era uma simples comédia americana mas logo que começou, percebi que era uma produção nada brilhante do famigerado Jackass. Não deu pra pegar o dinheiro de volta.
2. O Corpo que Cai (****-): Eu nunca tinha visto nenhum filme do Hitchcock (shame on me) e gostei bastante. Tem várias surpresas e é pano de fundo para debater Psicopatologia, recomendo bastante.
3. Álbum de Família (*****): Rendeu mais uma merecida indicação ao Oscar a Meryl Streep (que mulher incrível), Julia Roberts também se destaca. Gostei muito da história e dá pra fazer várias análises sobre sistemas famíliares e conceitos da Psicologia Familiar como segredo, legado, etc. Acredito que não tem como não ter pelo menos algum tipo de identificação com um personagem ou situação, faz lembrar dos vários dilemas que todas as famílias têm.
4. Ninfomaníaca 1 e 2 (****-): Se você vai  ver esse filme para curtir uma pornografia aberta ao público do cinema, pense de novo. Lars Von Trier nesse filme não é ninguém menos... que ele mesmo. Cheio de reflexões acerca de moralidade, normalidade, pulsões, desejo, psicanálise, pathos, permeados pelo lençol frio e fúnebre do diretor. Recomendo pra quem tem cabeça aberta.
5. Feito Gente Grande (*****): Na verdade de 2011, um filme francês com o olhar da infância sobre a infância. Classificado como comédia, mas com um toque de drama. Adoro a sutileza das comédias francesas. Veria de novo e de novo e de novo.
6. Blue Jasmine (*****): Mais uma brilhante obra de Woody Allen, rendeu o merecido Oscar de melhor atriz a Cate Blanchett. Mais uma obra introspectiva, que olha de perto dilemas e subjetividades, sem foco em grandes acontecimentos ou aventuras, e sim na aventura mais intrigante de todas: a experiência humana. A história se trata de uma mulher da high society americana que se vê falida no mundo real. Penso que talvez (só talvez), quem não goste de Woody Allen não consegue refletir sobre suas próprias questões angustiantes.
7. A Menina que Roubava Livros (*****): Dizem que o livro é melhor e assistir ao filme só me deu mais vontade de ler. Assim que eu me livrar das minhas obrigações acadêmicas, será o primeiro livro literário que vou ler (estrategicamente dei de presente ao meu pai, hoho). Achei a história mágica, mesmo que simples. Não tem jeito, bota criança no meio, mexe comigo. Estou ansiosa pelas descrições que o livro traz.
8. Trapaça (*-----): Não me atraiu pelo roteiro, nem por grandes atuações, achei relativamente previsível e ligeiramente pobre. Não veria de novo.
9. Caçadores de Obras Primas (***--): Gostei pelo conteúdo do filme em si e consegui me imaginar na história, compartilhei dos mesmo sentimentos que os personagens, mas de maneira geral, é pouco profundo, como muitos dos clássicos Hollywoodianos. E claro que puxa muita sardinha para os Estados Unidos, com alfinetadas de poder em outros países, o que na minha opinião, é totalmente dispensável.
10. 300 (***--): Claro que se você não gosta de temas épicos, não vai gostar deste. Eu gostei bastante, achei a fotografia muito bonita como no primeiro e me envolvi com a história, principalmente pela identificação com personagens femininas que fogem do "chick girls"(mulherzinha).
11. Ela (*****): Perfeito. Simplesmente perfeito. Aborda com profundidade a relação homem - máquina, tecnologias, virtualidades. Não digo mais nada, assista!
12. X-men: dias de um futuro esquecido (***--): Se há uma "saga" pela qual eu tenho uma queda enorme, é X-men. O que eu posso dizer? Não tem como não falar bem, eu simplesmente adoro. Mesmo se fosse ruim, eu adoraria de qualquer forma. Sem grandes reflexões aqui.
13. Malévola (***--): Foi um filme extremamente aguardado por mim e acredito que seja bastante surpreendente. Faz refletir sobre o bem e o mal, as glórias e mazelas de cada um de nós e tem uma personagem feminina bastante forte (e outra bastante pamonha, claro). Acredito ser uma versão ótima para estimular reflexões com crianças (desde que elas não tenham medo, claro).
14. A Culpa é das Estrelas (***--): Se não tivesse um contexto muito específico na minha vida, seria um filme relativamente mais ou menos. Como pra mim, especialmente, tem um grande impacto, posso dizer que gostei muito (já adquiri o dvd e revi várias vezes). Li o livro e achei o filme muito melhor. Esses livros adolescentes me incomodam um pouco (talvez bastante) por fazerem grandes tempestades por vivências muito simples (as coisas não acontecem, são eventos), e o filme não se atém a isso (ainda bem). A história realmente faz refletir acerca da efemeridade da vida, mas não consegue fugir do modelo "príncipe encantado".
15. Enigma Chinês (****-): Continuação de Albergue Espanhol e Bonecas Russas, conta a história de um casal (ele francês, ela inglesa) que se separa e se muda para NY, onde o ex-marido vive em um bairro chinês que o faz refletir acerca de sua posição no mundo, futuro e carreira profissional, bem como a relação com seus filhos. Pouco romantizado, bastante engraçado (é francês, tenho uma queda).
16. Tarja Branca (****-): Documentário brasileiro sobre o brincar. Impecável. Só não ganha 5 estrelas por faltar o que para mim, é uma parte importantíssima do debate: a opinião das crianças.
17. Chef (**---): Fala sobre dois temas que me agradam profundamente: a gastronomia e uma grande reviravolta na vida. A história é basicamente sobre um chef que trabalha em um renomado restaurante e tem ao tempo todo sua criatividade podada pelo dono. Incapaz de exercer sua individualidade na cozinha, o chef se revolta e pede demissão para abrir um food truck (oi hipsters) e viajar pelo país espalhando seu trabalho. A parte mais interessante e menos previsível, não é exatamente foco do filme: sua relação com seu filho pequeno. Claro que como bom Hollywoodiano, o chef tem muito dinheiro e recursos psicológicos pra tirar de letra esse novo trabalho (pouco realista).
18. Uma Lição de Vida (************************!!!): na minha humilde opinião, o melhor filme que assisti em 2014 (apesar de ele ser de 2010, demorou pra chegar às nossas telas).Trata-se de um senhor (Kimani Maruge) de 84 anos que tem o sonho de aprender a ler e a escrever e para tanto, entra em uma turma de alfabetização com crianças de 6 anos. Em um contexto de grande privação econômica e conflitos políticos e culturais do Quênia, ele se depara com uma série de obstáculos dos mais variados nessa jornada, mas não se deixa abater e prossegue com seu sonho. O final é surpreendente e emocionante, talvez ainda mais porque se trata de uma história verídica e que o autêntico Kimani Maruge foi dar uma palestra na ONU a respeito da importância da educação. Perfeito.
19. Jogos Vorazes 2 (****-): Achei que não ia mais ver graça nenhuma em sagas adolescentes, mas o segundo filme me surpreendeu positivamente. Ele é muito mais do que uma saga. Tem questões políticas e ideológicas fortíssimas e que geram muita reflexão, dá pra escrever um livro inteiro relacionando o enredo com história, política, filosofia, sociologia e por aí vai. Não acho que seja só mais um e aguardo ansiosa pelo terceiro. Claro que a gente se delicia com a nova queridinha da américa, Jennifer Lawrence.
20. Como Matar meu Chefe 2 (**---): Bom pra dar umas risadinhas. Às vezes a gente precisa de um besteirol pra relaxar.